Livro aberto,
Luz de velas,
Mãos pequenas,
Noite plena,
Vento a cantar:
Quem tem medo do escuro?
Quem tem medo do vento
que canta na janela
em noite sem luar?
Oh, dizei-me quem será,
capaz de interpretar,
os murmúrios encantados
que se está a proclamar?!
Cela - aconchego,
procela cantante,
múrmurios que clamam,
com muito ardor.
Olhos fechados,
leito macio,
mui perfumado,
e tão quentinho!
Olhos cansados,
sono pesado,
sonhos risonhos,
alvor jasmináceo.
Aurora feliz,
matizes e cores,
textura e sabores
de outros espaços!
quarta-feira, 30 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
LEVA-ME, ROSA!
Leva-me, Rosa!
Eu já não aguento
esta dorida vida,
sem beber de teus lábios
aromático unguento!
Enleva-me,
enleia-me,
enrrosca-me,
em teu pudico seio!
Me beija,
envolve,
arranha
e morde,
sem dó,
nem piedade,
em tunda de amores!
Eu já não aguento
esta dorida vida,
sem beber de teus lábios
aromático unguento!
Enleva-me,
enleia-me,
enrrosca-me,
em teu pudico seio!
Me beija,
envolve,
arranha
e morde,
sem dó,
nem piedade,
em tunda de amores!
ENTREOSABETOS
Entre os abetos
dormia esquecida
a livia mariposa
que encantou-me os olhos.
Lasciva, espreguiçava-se,
sem se importar com o frio,
chamando-me à tundra
do leito em que dormia.
No beijo: deu-me seiva,
na flor me deu o néctar,
cantando-me ao ouvido
enlevos desejados.
De mísero poeta
tornei-me hercúleo homem,
domando dor e frio,
trazendo - lhe o éden
de onde tinha vindo!
Mas ela foi-se embora
quando chegou o dia
raiando em cores vívidas,
sem perguntar-me nada,
uma outra primavera!
Assinar:
Postagens (Atom)