terça-feira, 26 de julho de 2011

PENA


Escorre a pena:
como o suor do corpo,
como as lágrimas do rosto,
qual a chuva nas ruas
e as horas do triste dia.

Marca a alma do papel,
obediente às ordens,
do vil maculador,
de alma magoada.

Bailando, bailando,
em branco palco,
sem honra, sem platéias,
sem palmas e assovios;

posto que nada existe,
sem que antes registre,
o que o coração transmite
ao seu corpo inanimado.

PARTO


Dor de bramir
Dor de partir,
imensurável,
inexprimível.

Vida de espera
Espera sem vida
Caminho automático
Canções sem sentido

Cessaram os brados,
partiram os caminhos,
ampliou-se o espaço,
o escuro se fez,
e a dor da estranheza
não se foi com ninguém!

SENHORA DA TEMPESTADE

"
Senhora da tempestade,
quero brincar nos teus docéis,
cavalgando em teus cabelos,
respirando os teus perfumes!

Da aurora me esquecerei,
vou viajar contigo
em tua comitiva
de noites escuras,
trovões e relâmpagos.

Quero dançar contigo
o teu baile antigo,
que começa suave
e finda intempestivo,
como clímax alcançado.

E quando tu fores embora,
tão cansado estarei,
que no sono da exaustão,
vou sonhar com tua face
adornando os lindos olhos
a dizer-me: "até logo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

CONVITE

Delira comigo, amada!

A vida é difícil,
corre a bites
e voa nos ares
tão mal cordenados.

Voa comigo,
o Vôo da essência,
sem a feiura do mal,
na mais perfeita decência.

O mundo onipotente,
é castrado porque não sente,
o essencial perfume que emana
dos heróicos corações inocentes.

Vem, antecipemo-nos!
Sonhamos sonhos reais,
cantados nos peitos dos loucos,
hoje entendido por poucos,
amanhã exaltado por todos
os eleiitos sábios terrenos.

Escuta!

Estão chegando as notícias futuras,
vêm na bruma obscura abrindo,
os primeiros e tímidos raios,
da aurora que tanto aguardamos.