quinta-feira, 8 de abril de 2010

ODE ORDINÁRIA

Vago
vórtice
vácuo
sem vértices

Volutas
volúpias
voltando e indo

No abismo:
escuro,
sussurros
e risos.

No céu
de cristal:
louvores
e hinos

Na plúmbea terra
que à alma pesa:
clamor e carpido

NAVEGAÇÃO

Revolto mar,
Escuro céu,
noite plena,
estrelas dormindo.

Faróis de gás,
energia fulgaz
vibra e pulsa
em ânsia imensa!

Espera viva,
esperança e sonho,
desejo risonho
faz enxergar:

o rosto doce,
de riso inocente,
ternos olhos
e voz suave.

O toque certo,
o corpo exato,
o abrigo,
o abraço
e o verbo eleito.

domingo, 4 de abril de 2010

POEMETO

Nos esteios do Lírio branco,
nas notas de minha pauta,
nos versos que eu desejo
sinto a tua falta

Quando a madrugada abre
suas pudicas pétalas brancas
qual jovem flor lançando
perfumes que enleiam a alma,
sinto a tua falta.

Quando sopra a brisa fria,
perfumada pelos jasmins
nas janelas de nossa casa,
sinto a tua falta

Quando a dor plange as cordas d'alma,
tocando uma canção saudosa,
meus olhos chovem suas lágrimas
porque o coração que é teu
implora por tua volta

Voltai, Oh, não te demores!
tornai, esta é tua casa,
a porta está sempre aberta
a espera do teu regresso

Volvei, já é primavera,
as flores cantam suas odes,
as aves os seus trinares
e as águas os seus rumores.

Retornes, tudo é novo,
passou já, a noite escura,
o inverno deixou-me a vida
e a morte deixou-me a alma!