Sonho dos sonhos
um sonho no sonho,
na noite em que orfeu,
venceu a vigília.
Silêncio abrigado,
ermado silêncio,
seguro, sem medo,
espaço e matéria
do tempo além.
Rangido de cordas,
vento outonal,
cantiga de amor,
perfume das folhas,
entregues ao chão.
Ali encontrei
minha virgem branca
que houvera partido
numa tempestade
em noite qual breu.
Com braços abertos,
os seios desnudos,
o lânguido corpo
chamando o meu,
Como a flor noturna
chamando o besouro
à doce aventura
do néctar seu.
domingo, 30 de agosto de 2009
ENLACE
A atmosfera dos sentidos
ultrapassei, trouxe-a comigo,
como quem traz na lâmpada
o óleo, o combustível.
Trouxe comigo o meu abrigo,
e trouxeste o teu também
e formamos uma tenda
cujo teto era o céu.
E a luz de minha lâmpada
mostrou-te meus anelos,
e a luz de tua lâmpada,
mostrou-me os teus sonhos.
Melhor do que no universo
uniram-se nossas luzes,
fundiram-se os anelos,
num espaço que esperava
a muito tempo por nós dois
Nele ficamos ébrios
de uma pura embriaguez,
de sabores sinestésicos,
inexplicáveis,
indescritíveis.
Ficamos livres,
ininputáveis
de dor ou castigo,
injustiça ou falha
vergonha ou crime...
ultrapassei, trouxe-a comigo,
como quem traz na lâmpada
o óleo, o combustível.
Trouxe comigo o meu abrigo,
e trouxeste o teu também
e formamos uma tenda
cujo teto era o céu.
E a luz de minha lâmpada
mostrou-te meus anelos,
e a luz de tua lâmpada,
mostrou-me os teus sonhos.
Melhor do que no universo
uniram-se nossas luzes,
fundiram-se os anelos,
num espaço que esperava
a muito tempo por nós dois
Nele ficamos ébrios
de uma pura embriaguez,
de sabores sinestésicos,
inexplicáveis,
indescritíveis.
Ficamos livres,
ininputáveis
de dor ou castigo,
injustiça ou falha
vergonha ou crime...
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O FILHO
Pobre rebento
na árida terra,
à espera, à espera,
contra toda espera.
Quem notou sua chegada?
seu porvir quem notou?
E nascendo, dizei-me,
quem foi que o amparou?
Os ventos fortes,
a geada implacável,
a forte chuva,
a terra acre!
Foi crescendo robusto,
contra toda intempérie,
no silêncio dos simples
que se tornam agrestes.
Não o tomes por rude,
ou o julgues por fora,
se a beleza lhe falta,
fortaleza o sustenta
e doçura lhe sobra!
na árida terra,
à espera, à espera,
contra toda espera.
Quem notou sua chegada?
seu porvir quem notou?
E nascendo, dizei-me,
quem foi que o amparou?
Os ventos fortes,
a geada implacável,
a forte chuva,
a terra acre!
Foi crescendo robusto,
contra toda intempérie,
no silêncio dos simples
que se tornam agrestes.
Não o tomes por rude,
ou o julgues por fora,
se a beleza lhe falta,
fortaleza o sustenta
e doçura lhe sobra!
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
O LÍRIO
Encontrei o Lírio da Noite,
aberto no topo do mundo,
sem medo dos ventos,
do ermo e do tempo.
Lançou seus perfumes
na brisa noturna,
deixou seu encanto,
em toda criatura
do mundo visível!
De repente fez-se névoa
e a noite ficou turva,
não de escuros,
mas de brancuras
Sonhos corriam
eram visíveis,
desejos etéreos,
ficaram sensíveis!
Espaços longínquos
eram acessíveis,
esperas cansadas,
cessaram, sumiram!
Mas ainda assim,
prantos e gritos se ouviram!
aberto no topo do mundo,
sem medo dos ventos,
do ermo e do tempo.
Lançou seus perfumes
na brisa noturna,
deixou seu encanto,
em toda criatura
do mundo visível!
De repente fez-se névoa
e a noite ficou turva,
não de escuros,
mas de brancuras
Sonhos corriam
eram visíveis,
desejos etéreos,
ficaram sensíveis!
Espaços longínquos
eram acessíveis,
esperas cansadas,
cessaram, sumiram!
Mas ainda assim,
prantos e gritos se ouviram!
CÂNTICO DA BRISA
Vem como aragem
suave, fresca
perfumada, doce...
Porém é triste,
saudosa,
melancólica
e vaga...
O que me traz é vazio,
forma-se,
some,
sem que tocar eu possa.
Mora no silêncio,
nos recônditos perdidos,
vêm como água que brota,
trazendo o que era esquecido...
suave, fresca
perfumada, doce...
Porém é triste,
saudosa,
melancólica
e vaga...
O que me traz é vazio,
forma-se,
some,
sem que tocar eu possa.
Mora no silêncio,
nos recônditos perdidos,
vêm como água que brota,
trazendo o que era esquecido...
Assinar:
Postagens (Atom)