O meu canto triste,
consola o meu peito seco,
chove no chão de dentro,
tórrido, agreste e negro.
Fecha o céu de dentro,
deixa o tempo escuro,
satura a umidade
das lágrimas pressentidas.
E cai qual uma enxurrada,
violenta,ligeira, intensa,
com absurda ânsia,
tomando de assalto o chão.
Mas volta assim como veio,
a evolar-se, desvanecendo-se
em doce calefação
nas espirais do vapor
que sobe ao céu
sem ser o mesmo.
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