sexta-feira, 12 de março de 2010

CANTIGA DA LIANA



Eu vi a Liana
lançando seu ramos
no rumo do céu
buscando o sol.

A vi enroscar-se
no frio metal,
nas tramas de ferro
das grades da casa.

Da casa vazia
que tinha sem ter,
e sendo o que era,
o era sem ser.

E deu - lhe a Liana
paredes e portas
telhas e teto
de flores e folhas.

O piso seguro
de boa madeira
que nunca se estraga
teceu com as raízes.

Do amor que é razão
encheu-lhe por dentro
transmitindo vida
ao frio esqueleto,

Criando um abrigo
de quatro estações,
qual seio de esposa
que aquece o esposo!

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