quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
MARIPOSA
I
Era noite quando despertou!
E não questionou
a razão estranha
de acoradar à noite.
Soberana estava,
no céu espelhado,
qual rainha austera,
a lua absoluta.
Abrindo as asas novas,
espreguiçou-se inteira,
olhou o horizonte
banhado de luar.
E encantou-se tanto
com o mundo em plenilúnio,
que em inocente absurdo,
chamou à noite dia.
II
Quando cantaram as brisas
e aplaudiram as palmas,
sentiram o frescor, as asas,
e os pés bailaram a valsa
no rústico piso de cedro.
Ao entoarem os grilos,
o cricrilar agudo,
e o sapos o coaxar
qual cantos em murmúrio,
sem que o percebesse,
estava a bailar no ar,
qual bailarina douta,
na ópera natural.
III
Frenesi da valsa,
noite nova,
límpido céu,
plenilúnio imenso.
Canto de estrelas,
brisas e murmúrios,
risos e aplausos,
enleio, enleio, enleio...
Píncaro do êxtase,
braços de morfeu,
névoa onírica,
céu de outro céu
com sol de outro dia
Parlendas e cirandas,
charadas e histórias,
rodas e canções,
adivinhações,
até que chegue a noite,
em novo espetáculo
e transforme o infante broto
em doce flor noturna!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário