domingo, 20 de fevereiro de 2011

POEMA URBANO





Lento escorre
O alento ilusório,
Embora irrisório,
Pelos rios do ser.

Na vida vaga
Que engana o tempo,
Tudo passa lento
Na sensação dolente
Dos mortos que não morreram:

Carros velozes,
Gentes que vendem,
Homens que correm,
Gentes que compram,
Suplica o pedinte,
Assalta o menor.

Povos que salvam,
Turbas que matam,
Gente que chega,
Gente que vai.

Pessoas que param,
Fulanos que seguem,
Homens que chegam,
Mulheres que saem.

Tecido asfáltico,
Tecido humano,
Organismo – cidade,
Ferve e lateja.

Pulsa e move-se,
Mói e corrói,
Mora e mantém,
Destrói e constrói,
Morre e vive.

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