Pó da estrada,
passo esquecido,
culpa extrema,
perdoada, esquecida.
Fato corriqueiro,
coadjuvante do acaso,
transeunte qualquer,
de que não se ocupa
o que vai apressado!
Criatura invisível,
espectro vivo,
vê, sem ser visto,
o que nunca queria.
Chora à noite seu pranto,
lamento e angústia;
a vanglória que tinha
como névoa agradável
se desfez com o sol!
Hoje habita um jardim
cujas flores são mortas
e os frutos em broto,
mal nascidos, ali,
hoje têm seu jazigo.
Rega a tudo com lágrimas,
canta aos seres da noite,
galopa no vento em açoite
quando há tempestades.
Guarda ídolos mortos,
bens que a traça roeu
para servir como adubo
ao extinto vergel.
Numa vã tentativa
de ver de novo nascida
a vanglória escorrida
dentre os dedos seus!
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