domingo, 27 de novembro de 2011

SEGREDO CONTIDO


Queria publicar o impublicável,
narrar o que não posso,
não por ser inenarrável,
mas porque tenho uma dúvida,

se o que trago, cá em mim,
é real ou é possível,
de vir à minha vida
como velha boa - nova!

Ai que bom seria agora,
ser ave migratória
que me retornasse ao ninho,
a que aprendeu voar.

Ah quão bom seria ouvir
seus arrulhos companheiros
me dizendo que não sou
tão estranho quanto penso!

Mas ainda cá comigo
não possuo lar ou trilhos,
nem sequer nas mãos um calo
a provar objetivos.

Vivo à toa, de cantigas,
só de planos, sou boêmio,
faço versos, melodias,
me abstenho e durmo cedo!

Muito embora desprezível,
sou devoto e fiel,
vagabundo sonhador
capaz de colher mil flores

que encontro no caminho
quando vou comprar o pão,
pão do dia, pão da vez,
pão melhor a cada dia!

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