Na outra face do "espelho"
pode estar meu inimigo.
Pagam-me risos pela rua,
quem me devia ironia.
Em meu inerte raciocínio
deve estar o meu perigo.
Minha inteligência surda
talvez me sirva de abrigo.
Não vejo a flor do elogio,
talvez há muito seja extinta!
E o calor da acolhida
deixou as terras de minh'alma.
De tanto dar, cansou o solo.
De tanta espera, fez estéril,
a que outrora fora úbere;
vergel, hiléia dos meus sonhos!
Hoje sou monge eremita
e vago pelo meu deserto,
pra resguardar-me da maldade
que transpassou meu coração.
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