quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PASSAGEM

Vinhas cansado, sábio mestre!
Enxergavas homens como a arvores
e as arvores como vultos,
embora fosse a manhã "amena"!

Contigo, teu bando, arfava exausto
e no delírio do grande cansaço
subia o vapor do suor derramado
ao céu como súplica
do perdão dos pecados!

Os pés descalços levavam
os homens cansados,
como o vento às folhas
em um dia de chuva,
sem rumo, sem rota.

Deliravam os bravos
na febre sertaneja
que calcinava as certezas
e da vanglória,a coragem!

"Inferno branco",
Bárbara Selva,
ínvia paragem
sem sombra,
sem relva
à meta obstava!

Mas o Deus - Piedade,
que também viajava,
com a chuva primeira
derramou-se nos vales.

Despertando os bravos
do horrendo cansaço
descansado nas trevas,
viram lívidos vales,
em verde, transfigurados!

É que os os filhos da selva
lhes haviam guardado
em quinze "úteros grávidos"
de algodão perfumado.

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