quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

POEMA DA ESPERA DO VIAJANTE HIBERNADO


Por um macadame bem sentado,
veio caminhando a passos largos,
tal que não sabia se andava
ou se o caminho o levava.

Como um Beija - Flor enfeitiçado
pela rosa Rubra avistada,
viam-lhe ligeiro os transeuntes,
ele nem sequer sentia a marcha.

Vindo o belo bosque que buscava,
desacelerou-lhe o coração;
e caiu num sono desatado,
em vertiginosa hibernação.

E bem onde antes nada havia,
uma porta abriu-se iluminada,
onde o sol do sol, tudo ofuscava,
como a desligar sete sentidos.

Quem o via assim
só lamentava,
nem imaginavam onde ia,
era outro caminho que pegava,
rota interna, chão desconhecido.

Deram-lhe um leito entre as rosas,
estas lhe guardaram entre espinhos,
bem sabiam elas que vivia
e que acordaria restaurado.

Nenhuma lembrança dele havia,
já vivia o mundo ocupado;
mas sabia, a Rubra, que viria;
e antes do esperado ouviria
passos conhecidos na soleira!

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