segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O ARLEQUIM


Tenho sóis marcados em minha mão.
Uma lua brinca no meu rosto.
Minha mente é feita só de nuvens.
Os meus olhos chovem todo dia.

Os meus pés viajam sem cansar,
pelas terra da imaginação.
Bem melhor que sondas e satélites,
é minha mente sempre criativa

que descobre mundos invisíveis,
outros planos, formas e viventes;
traça mapas, acha endereços,
cria redes, teias intangíveis.

Minha boca tudo analisa,
já comi um mundo numa mordida,
como um grande e imenso brigadeiro,
para o digerir e recriar.

Eu sorrio sempre, nunca esqueço,
não me preocupo, se os homens,
"descolados", sábios e folgazes
não entendem minha alegria.

No meu coração há um amor,
que embora foi, mas me deixou,
a saudade, a dor e a melodia,
cuja letra guardo bem inscrita
nestas cicatrizes bem talhadas.

A memória é um largo rio,
que navego ágil, sem penar,
mesmo contra as grandes correntezas,
monstros,dores, ânsias e fantasmas.

Minha história é livro que releio.
Minha vida é única, é mistério.
Quando penso que já compreendo,
Deus me mostra ser só o começo.

Muitos anti - heróis já perdoei,
já desconstruí grandes figuras,
apertei a mão dos desafetos,
revoguei setenças que fechei.

E me resta a grande epopéia
de vencer as feras interiores.
De subir, sou bom, é inegável.
De descer, o medo, me consome.

O que sou está no mais profundo.
Desonheço e temo,
temo e quero,
se o quero posso,
até breve!

Nenhum comentário:

Postar um comentário