terça-feira, 20 de dezembro de 2011

VERSO FOLGAZ


Ave verso desvairado,
sem eira nem beira,
verso desarrumado,
verso travesso!

Verso menino,
lúdico, ledo,
lépido sátiro,
a folgazar,

entrou pelos campos
de minha seara
como um saltimbanco
para espantar

os anus tristonhos
que estavam a grasnar,
cantando seus fados,
comendo meu milho.

Ave verso inocente!
Pegou minha mão,
levou-me consigo,
me desisntalou!

E corremos juntos
os campos imensos,
como,fossem eles,
conosco, um só!

Colhemos as flores,
tecemos coroas,
cantamos as loas,
bebemos das fontes!

Subimos os montes,
chegamos no véu,
sentamos no céu,
pescamos estrelas!

Dormimos cansados,
ouvindo o murmúrio,
das fontes do cimo
do frade gigante!

Um comentário: