terça-feira, 13 de dezembro de 2011

POEMA DO HIBERNÁCULO


Fiquei sem luar!
Tristeza profunda,
sem a luz serena
do vosso olhar!

Serena a minha alma,
gotas invisíveis,
nos canteiros dos antúrios
nas corolas dos jasmins!

Estou taciturno,
e de meu céu soturno
precipita-se agora
chuva intensa de Maio.

Pelas ruas que fervem
calefazem-se as gotas,
e o vapor, qual incenso,
vai liberto ao céu

pra de lá retornar
em cortinas de névoas,
que às horas alongam
até o quase - eterno

que à mente adormece,
em um doce torpor,
ao que dorme esquecido
lá no alto hibernáculo.

4 comentários:

  1. "Fiquei sem luar!
    Tristeza profunda,
    sem a luz serena
    do vosso olhar"

    é assim que eu tô me sentindo, sem chão!!!

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  2. comentário que meu amigo Olavo fez no face book:
    ‎... quem foi que disse
    que sonhar se dispensa
    e pra se viver
    não se é sonhador?

    a sabedoria nos é ensinada
    não por ignaro
    mas por amigo raro
    da substância da vida tradutor.

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