segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

BALADA DO POETA ENCANTADO

Encanto dos meus olhos,
cântaro de marfim;
O poder de me encantar,
não pertence mais a mim.

Bosque interno de jasmins,
mariposas, plenilúnio,
brisa fria, refrescante;
eu dormia; ai de mim!

Nas aléias prateadas,
prateadas de luar,
passeava jovem fada,
sua flauta a tocar.

Revestida de inocência,
pelos lírios, perfumada;
os cabelos d'oiro intenso
uma aura lhe formavam.

Bosque interno de jasmins,
mariposas, plenilúnio,
brisa fria, refrescante;
eu dormia; ai de mim!

Colo branco
adornado,
rins cingidos,
pés descalços.

Flauta doce,
som levado
pela brisa mensageira,
aos errantes da notúrnia,
deixa os olhos encantados.

Sono intenso,
vivos sonhos,
mesmo bosque,
mesmo laço.

Outonais
eram os olhos,
doces mãos as que afagavam,
meus cabelos
e meu rosto.

E na luz de seu sorriso,
despertei, sem saber onde;
se no sonho ou na vida,
se no êxtase ou na dor...

Duas gotas de meus olhos
pôs no vaso de marfim.
O poder de me encantar,
não pertence mais a mim.

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