Na tarde de olhos cansados,
olhando os viventes que passam,
tecia o rosário de queixas,
lembrando de horas passadas.
Tão bela, vazia e bucólica,
em si um deserto trazia
que mil chuvas intensas não davam
um fim ao ardor das lamúrias.
Seu rosto de traços angélicos,
da rosa, o mimo, expressava.
Mas seus olhos de córneas opacas,
à manhã, fim de tarde, faziam.
E viveu como quem já passou,
com relógio de horas paradas,
como quem muito teve na vida,
doravante sem cor nem arrimo.
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