sábado, 17 de março de 2012

SOBRE O DESERTO QUE SOU

Neste deserto em que vago
padeço da sede dos teus beijos.
Por vezes deliro
pensando ver um oásis.

Com o deserto,
sou escassez:
de ti,
de nós,
dos teus beijos

do teu corpo,
do teu cheiro,
dos teus olhos
verde - oliva.

Temo que o deserto
me tranforme em poeira.
E tu temes vir a mim
por medo de te perderes.

O que há para ver no deserto?
Nada há no vazio estéril.
De austero, só há o calor.
De ameno, o frio da noite.

Para ti sou um homem de extremos,
um imenso de incertos caminhos;
inconstância que gera inconstância
em caminhos que perdem caminhos.

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