Bararam-se tuas formas no caos indefinido.
Eu dormia. Dormia sono profundo.
Eu padecia de frio, de frio absurdo.
Sentia saudades, sem saber bem de quem.
O Caos do Universo e o Caos de orfeu se uniram.
O Mundo Onírico e o princípio do mundo em minha mente tão turva.
Uma palavra soou na escuridão do nada: Ezer... Ezer...
Meu coração ansioso, sem saber bem porque
como que por instinto suspirou perguntando: onde estás? Onde estás?
Veio a resposta em forma de luz.
A luz, artífice, trouxe tons e matizes,
formas e ângulos, larguras e cores,
gestos, ações, efeitos, mensagens...
Meus olhos virgens te viram
como a criança à mãe,
vinda do âmago escuro
do caos fecundo e prenho.
Num suspirado arroubo,
uma consolação plena
me enlevou rumo a ti,
como se a alma tivesse
reencontrado o éden.
Não perguntaste meu nome,
no coração o trazias
de forma clara, indelével,
atemporal inscrição.
E dos teus lábios soou,
como canção que arrebata,
este meu nome secreto,
inscrito em teu coração.
Também o teu, já sabia,
em verso, em prosa, em canção,
de noites, sonhos, esperas,
névoas,escutas e buscas.
Guarda contigo meu nome
como segredo sagrado.
Guardo comigo o teu:
não ouso pronuciá-lo
até que se consuma
a união que esperam
nossos corpos de estrelas,
nossas almas sagradas.
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